imagem de jadaography
Olá, disse a rapariga.
Ela falou para o ar. Era uma conversa invisível. É assim que se conversa sem mais alguém para escutar.
O ar não respondeu mas ouviu-a. O ar é bom ouvinte. Consegue manter uma conversa invisível como ninguém sem resmungar.
Sabes, ar, eu sei que estou a falar sozinha, disse a rapariga. Eu sei que não estás aqui. Quero dizer... estás, mas não és ninguém. Não faz mal. Eu também não quero falar com ninguém.
A rapariga sorriu e encostou-se à parede. Ajeitou o vestido e imaginou coisas sem sentido. A parede podia ser uma folha de papel onde se desenhavam balões de pensamento. Todas as tolices fariam um grande reboliço lá dentro. A rapariga seria um desenho animado e a parede ficaria cheia de balões-nuvem. Um deles teria um pensamento simples. Um sorriso.
É o que te digo, ar, sorriu a rapariga. Um sorriso é fácil de imaginar. Um traço com curva e duas ou três pintinhas. Tolices cá minhas.
O ar beijou o rosto da raparia com um sopro. Ela sorriu e baixou o rosto, como se tivesse acabado de conhecer o primeiro amor da sua vida. O ar fê-la corar. O ar sabia-lhe o pensamento. E em alguns deles havia muito descaramento.
Sabes, ar, gosto de te escolher para conversar, disse a rapariga. Ouves sem esperar pela tua vez de falar. Dás tempo de sorrir. De imaginar. E o que é mesmo bom é que não tenho de te pedir para ficar.
A rapariga encheu mais um balão de pensamento e deixou-se estar. Encostada à folha de papel-parede. A sorrir com toda a vontade que se pode imaginar.
Olá, disse a rapariga.
Ela falou para o ar. Era uma conversa invisível. É assim que se conversa sem mais alguém para escutar.
O ar não respondeu mas ouviu-a. O ar é bom ouvinte. Consegue manter uma conversa invisível como ninguém sem resmungar.
Sabes, ar, eu sei que estou a falar sozinha, disse a rapariga. Eu sei que não estás aqui. Quero dizer... estás, mas não és ninguém. Não faz mal. Eu também não quero falar com ninguém.
A rapariga sorriu e encostou-se à parede. Ajeitou o vestido e imaginou coisas sem sentido. A parede podia ser uma folha de papel onde se desenhavam balões de pensamento. Todas as tolices fariam um grande reboliço lá dentro. A rapariga seria um desenho animado e a parede ficaria cheia de balões-nuvem. Um deles teria um pensamento simples. Um sorriso.
É o que te digo, ar, sorriu a rapariga. Um sorriso é fácil de imaginar. Um traço com curva e duas ou três pintinhas. Tolices cá minhas.
O ar beijou o rosto da raparia com um sopro. Ela sorriu e baixou o rosto, como se tivesse acabado de conhecer o primeiro amor da sua vida. O ar fê-la corar. O ar sabia-lhe o pensamento. E em alguns deles havia muito descaramento.
Sabes, ar, gosto de te escolher para conversar, disse a rapariga. Ouves sem esperar pela tua vez de falar. Dás tempo de sorrir. De imaginar. E o que é mesmo bom é que não tenho de te pedir para ficar.
A rapariga encheu mais um balão de pensamento e deixou-se estar. Encostada à folha de papel-parede. A sorrir com toda a vontade que se pode imaginar.
6 comentários:
inevitável não sorrir assim, sorrir para ti.
Tão bonito.
Beijo
Até um quarto escuro, com mais nada para além do negro cerrado, é bonito se quisermos apenas fechar os olhos e descansar.
É um bom começo.
:D
(É uma boa continuação ;) )
Sim. E nisto de sorrisos não se deve falar de fins.
E se eu te der um sorriso assim:
:*
Gostarás que seja o fim?
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