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Odeio-te.
Sem ponto de exclamação.
Não é um ponto que expressa a emoção.
Os sinais da raiva são muitos mais. São a vontade de te sangrar.
Matar.
De te enlaçar as mãos à volta do pescoço, e afundar-te a cabeça na água gelada do poço, até sentir a vida a ir por entre os dedos que não te deixam respirar.
É isso, e mais. Muito mais. Dos crimes horríveis às pequenas coisas risíveis.
Até a mesquinha vontade de sorrir de cada vez que cais.
A raiva é descarnada.
É um monstro sem corpo, feito de veias e mais nada.
O ódio é o vencedor dessa disputa. É aquilo que sobe ao lugar mais alto do pódio quando termina a luta.
É uma batalha sem vencedor. É a dança no fio da navalha, onde cada desequilíbrio é má sorte. É corte. É dor.
Odiar é amar ao contrário.
É uma vida pervertida que sai morta da barriga.
É uma oração infindável que não precisa de contas nem rosário.
É, no fim do dia, a falta de uma voz amiga.
Raiva de verdade é morrer de saudade.
É raiva pelo tempo que passa, como se os dias fossem lobos e nós a caça.
É a mancha de sangue que fica no branco da neve, depois da matança da foca. Às vezes, é o terror que vem pelo escuro. É mortífero e breve. Os dentes do predador obscuro que vai buscar as crias à toca.
Ninguém está em segurança. Não adianta alimentar essa esperança.
Ninguém vive suficientemente alto, nem tão absolutamente lá no fundo.
Não há distância que nos deixe longe disso.
A raiva é um querer bicho.
É um verme que se alimenta de nós. Cresce-nos na voz.
Matar a raiva é calar o que se quer dizer de rancor.
Mas, matá-la mesmo, é deixá-la pensar que venceu e, depois, envenená-la com amor.
Sem ponto de exclamação.
Não é um ponto que expressa a emoção.
Os sinais da raiva são muitos mais. São a vontade de te sangrar.
Matar.
De te enlaçar as mãos à volta do pescoço, e afundar-te a cabeça na água gelada do poço, até sentir a vida a ir por entre os dedos que não te deixam respirar.
É isso, e mais. Muito mais. Dos crimes horríveis às pequenas coisas risíveis.
Até a mesquinha vontade de sorrir de cada vez que cais.
A raiva é descarnada.
É um monstro sem corpo, feito de veias e mais nada.
O ódio é o vencedor dessa disputa. É aquilo que sobe ao lugar mais alto do pódio quando termina a luta.
É uma batalha sem vencedor. É a dança no fio da navalha, onde cada desequilíbrio é má sorte. É corte. É dor.
Odiar é amar ao contrário.
É uma vida pervertida que sai morta da barriga.
É uma oração infindável que não precisa de contas nem rosário.
É, no fim do dia, a falta de uma voz amiga.
Raiva de verdade é morrer de saudade.
É raiva pelo tempo que passa, como se os dias fossem lobos e nós a caça.
É a mancha de sangue que fica no branco da neve, depois da matança da foca. Às vezes, é o terror que vem pelo escuro. É mortífero e breve. Os dentes do predador obscuro que vai buscar as crias à toca.
Ninguém está em segurança. Não adianta alimentar essa esperança.
Ninguém vive suficientemente alto, nem tão absolutamente lá no fundo.
Não há distância que nos deixe longe disso.
A raiva é um querer bicho.
É um verme que se alimenta de nós. Cresce-nos na voz.
Matar a raiva é calar o que se quer dizer de rancor.
Mas, matá-la mesmo, é deixá-la pensar que venceu e, depois, envenená-la com amor.