Era uma vez uma criancinha.
Não era apenas uma; era toda a infância do mundo, incluindo a minha.
A criancinha fez um corte no dedo.
Era sangue e sangue e mais sangue mas não lhe fazia medo.
"Ai que me dói! Ai que me dói!", berrou a criancinha endiabrada.
Não berrava porque lhe doía mas apenas para não ficar calada.
"Quero atenção! Quero atenção! Senão berro até mais não!"
A criancinha não disse isso em voz alta.
Não que fizesse falta.
Quem é pai e mãe sabe melhor do que ninguém.
É chantagem diabólica e frenética que já lhes vem na genética.
"Agora quero geladinho para não continuar com o choradinho!"
Um gelado?
E porque não?
Se é para ver o diabinho sossegado...
... e porque não um estaladão?
Oh, não, isso não!
Não se bate nas criancinhas!
Fazem-se mas é as vontadinhas.
"Havia de ser comigo!", disse de passagem um outro pai ou mãe.
Se fosse contigo, fazias igual também.
As criancinhas têm demónios nos neurónios.
A chantagem emocional é uma arma fatal.
Mas são criancinhas.
Coitadinhas!
São pequenos ser de inocência...
... ou a semente da demência.
9 comentários:
Gira a miuda, nao?
Bem... eu tenho então uma anjinha e eu sou a diabinha!
Sorte minha :-O!
"A chantagem emocional é uma arma fatal."
Só morre quem quer... ehehehe
Beijo :)
PS - Um gelado sabia bem, agora...
Vale uma nódoa negra em vez dum corte sanguinolento??
Toda a gente morre numa escolha qualquer.
Um geladinho até ia. :)
Trazes-me um?
Ou antes, traz-me dois.
Para partilhar contigo! :D
Se levar dois, como um pelo caminho e o outro quando chegar (sou lambão, que se há-de fazer...).
Traz quatro.
Um para o caminho, outro para quando chegares, outro para mim, outro para quando regressares.
:)
Mais um ou dois gelados e ainda me acusam de posse com intenção de venda.
Seria uma acusação sem fundamento...
Pelo menos quando saboreasses a mercadoria... :D
Enviar um comentário