imagem de quelquechose
Eu sou a pessoa branca.
Saí de ti na escuridão do quarto. Ficaste na cama e eu fui embora.
Como se caminhasse em terra desconhecida, abandonei o coração que já não me adora.
A saudade feriu-me pelas costas. E não é uma faca de gume afiado que deixa um corte direito. Desfigura-nos a vida. Deixa-nos às postas.
É a mão grossa da mulher do campo que puxa e arranca o sustento da dor, levando tudo a eito por onde for.
É a parteira que rouba a criança após o parto e diz à mãe que o fruto da barriga nasceu murcho. Torto. Morto.
É a maldade da idade. Quanto mais vivo, menos sei o que isso é. A vida é uma causa perdida.
É uma doença venérea. Uma maldição à séria. Uma sida que se espalha impunemente ao ritmo que a palavra amor viaja no espaço vazio que separa a gente.
A palavra propaga-se e infecta a carne. Depois da carne, adoece o que está para além dela. O coração torna-se um prisioneiro e o corpo serve-lhe de cela.
O espírito torna-se um fantasma triste. A recordação de uma pessoa que já mal existe.
Agora, sou a pessoa negra.
Sem coração. Sem lei. Sem regra.
Fiquei aqui, no fim de tudo.
Para ti, finalmente, disse-te o sim para esse querer que mantinhas mudo.
Saí-te do peito.
Não sei de que tamanho deixei a ferida da partida.
Para ir embora, não tenho jeito.
E é difícil encontrar o rumo no campo de uma batalha que já começou perdida.
Saí de ti na escuridão do quarto. Ficaste na cama e eu fui embora.
Como se caminhasse em terra desconhecida, abandonei o coração que já não me adora.
A saudade feriu-me pelas costas. E não é uma faca de gume afiado que deixa um corte direito. Desfigura-nos a vida. Deixa-nos às postas.
É a mão grossa da mulher do campo que puxa e arranca o sustento da dor, levando tudo a eito por onde for.
É a parteira que rouba a criança após o parto e diz à mãe que o fruto da barriga nasceu murcho. Torto. Morto.
É a maldade da idade. Quanto mais vivo, menos sei o que isso é. A vida é uma causa perdida.
É uma doença venérea. Uma maldição à séria. Uma sida que se espalha impunemente ao ritmo que a palavra amor viaja no espaço vazio que separa a gente.
A palavra propaga-se e infecta a carne. Depois da carne, adoece o que está para além dela. O coração torna-se um prisioneiro e o corpo serve-lhe de cela.
O espírito torna-se um fantasma triste. A recordação de uma pessoa que já mal existe.
Agora, sou a pessoa negra.
Sem coração. Sem lei. Sem regra.
Fiquei aqui, no fim de tudo.
Para ti, finalmente, disse-te o sim para esse querer que mantinhas mudo.
Saí-te do peito.
Não sei de que tamanho deixei a ferida da partida.
Para ir embora, não tenho jeito.
E é difícil encontrar o rumo no campo de uma batalha que já começou perdida.
5 comentários:
A vida é uma merda!
(E peço desculpa pela expressão)
A vida é uma infinidade de coisas que inclui muitas mais merdas do que apenas uma.
(e não tens de pedir desculpa pela expressão mas, como não fizeste nenhuma pergunta, vou considerar uma chibatada ou duas nessas costas)
Queres mesmo que te responda?
Não vês que não é assim?
Que eles não nascem de dentro de ti, nem de mim?
Ah!!! Queres mesmo saber dessa história, o fim?...
Estás à espera de quê para contar o fim? :)
Quem disse que to ia contar?
;)
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