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Deitei-me.
Fiquei ali, na pedra fria do passeio. As pessoas a passarem e eu, alheio, deixei-me estar jogado no seu meio. Na minha cama. No meu drama. Nem sequer era de pedra. Era uma cama com muito menos poesia no existir. Era um coração apaixonado sem sentir. Era cimento. Era leito dado ao desconforto de me cobrir com lençóis feitos de vento.
As cidades são acolhimentos sem fundo para os desabrigados de todas as idades que envelhecem no mundo. Os prédios sabem acolher sem escolher. É tudo entulho para justificar a construção de mais um lote. A grande necessidade da cidade. Solidão. Saudade. Desilusão. Liberdade. Tudo serve de mote.
Os caminhos são deslizes de pavimento onde se cruzam pressas de sofrimento e sustento. Mas também há sorrisos e abraços. Há passeios divertidos, apesar de escassos.
Há amores e amizades. Há rumores e verdades.
Deitei-me, já cansado. De corpo marcado pela vida e esquecido da minha primeira partida.
De onde vim?
Como cheguei aqui?
A mim.
Não vi.
Mas vivi.
E a vida deixou-me assim.
Agora, deixo-me ficar por onde estou. O chão é frio mas descansa-me as pernas enquanto não vou.
Doem-me as costas. Doem-me como um par de mãos pregadas a uma cruz.
Dói-me a indiferença.
Mata-me não ter presença.
As pessoas olham-me e vêem apenas o passeio. Isso, eu sei-o.
Não sou vagabundo.
Apenas não gosto de paredes e vivo no mundo.
Fiquei ali, na pedra fria do passeio. As pessoas a passarem e eu, alheio, deixei-me estar jogado no seu meio. Na minha cama. No meu drama. Nem sequer era de pedra. Era uma cama com muito menos poesia no existir. Era um coração apaixonado sem sentir. Era cimento. Era leito dado ao desconforto de me cobrir com lençóis feitos de vento.
As cidades são acolhimentos sem fundo para os desabrigados de todas as idades que envelhecem no mundo. Os prédios sabem acolher sem escolher. É tudo entulho para justificar a construção de mais um lote. A grande necessidade da cidade. Solidão. Saudade. Desilusão. Liberdade. Tudo serve de mote.
Os caminhos são deslizes de pavimento onde se cruzam pressas de sofrimento e sustento. Mas também há sorrisos e abraços. Há passeios divertidos, apesar de escassos.
Há amores e amizades. Há rumores e verdades.
Deitei-me, já cansado. De corpo marcado pela vida e esquecido da minha primeira partida.
De onde vim?
Como cheguei aqui?
A mim.
Não vi.
Mas vivi.
E a vida deixou-me assim.
Agora, deixo-me ficar por onde estou. O chão é frio mas descansa-me as pernas enquanto não vou.
Doem-me as costas. Doem-me como um par de mãos pregadas a uma cruz.
Dói-me a indiferença.
Mata-me não ter presença.
As pessoas olham-me e vêem apenas o passeio. Isso, eu sei-o.
Não sou vagabundo.
Apenas não gosto de paredes e vivo no mundo.
10 comentários:
E vives livre.
Beijo :)
Tem dias. A chuva relembra a necessidade de um tecto. Enfim, chatices...
Direi que o mundo é uma casa sem proprietário.
Dramas todos temos, a pressão das escolhas, os jogos da vida, é um elevar no crescimento do se ser. As vontades não são eternas, e sim descontinues!
Beijo
Muito bom ler-te.
Não precisas dum tecto para te proteger da chuva.
E nem a chuva é sempre uma chatice.
:)
Será que o que precisamos é o que temos?
:)
PODEROSO!!!
abraço
Bianca, o mundo pode até ser uma casa sem proprietário, mas não se pode negar que é também uma casa ocupada à força.
--
Fada, não é a chuva que chateia, mas o frio que vem depois.
--
Eli, será que precisamos de tudo o que temos?
--
ParadoXos, é o que é para quem é.
FAQ(er):
E nem o frio é sempre chato.
Pode, até, ser salutar... Quando refresca. :)
Não!
:)
Fada, tudo e quer.;)
--
Eli, não sejas tão negativa. :)
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